Reunião – 19/12/1964 – sábado . 7 de 7

Reunião para o Grupo da Martim 1 — 19/12/1964 — sábado

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Compenetração I

porque se a santidade da guerra vem antes de tudo da santidade da causa que está envolvida na guerra nessa próxima causa da “Bagarre” está envolvido tudo de santo que se pode analisar e considerar e reinar no mundo. Pela razão de que de um lado se a “Bagarre”, na “Bagarre” nós formos derrotados, pudéssemos ser derrotados aconteceria a maior de todas as abominações que se poderia tomar conta da terra. Com efeito não pode haver abominação pior do que o regime comunista gnóstico que querem implantar.

Em algumas vezes na história houve implantações parciais desse regime comunista gnóstico. Por exemplo na zona dos Albingenses, no sul da França em que tomaram o poder temporal durante algum tempo e executaram um pouco do regime dele.

Em certas partes da Europa protestante no século XVI e que durou em alguns lugares até o século XIX. E que houve um regime comunista inspirado no Evangelho dando origem à sociedade de caráter comunista. Mas foram experiências muito restritas no tempo, por que duraram pouco, foram experiências muito restritas no espaço por que eram regiões pequenas. Mas isso não é nada, foram regiões muito restritas quanto à própria aplicação dos princípios porque quando a gente vê lá uma porção de forma de vida medievais, góticas etc subsistiam no tempo dos Albingenses. O castelo em que os Albingenses lutavam contra a parte católica eram castelos lindíssimos, épico, heróico etc. Quer dizer o espírito deles não tinha tomado a densidade de espírito Revolucionário que tomou depois embora eles tenham de algum modo aplicado só os mesmos princípios que professam.

Agora a gnose que quer dizer tomar conta do mundo, embora eles professassem os mesmos princípios o espírito era muito menos intenso. E teve também realizações nesse sentido muito menos intenso. Para gente ter idéia os próprios protestantes, afinal de contas os protestantes comunistas ainda praticavam uma religião que era que tinha ao menos por aparência Nosso Senhor Jesus Cristo, eles pelo menos em tese ainda falavam do evangelho, ainda falavam de virtudes evangélicas. E evidentemente no regime gnóstico que querem implantar aqui agora, quando o regime estiver no seu auge, nem se falará mais diretamente da gnose e terá mais diretamente a promiscuidade do sexo, terá a comunidade dos bens e daí ainda tirar muito para fora, quer dizer que a abominação do que está para ser implantada é a maior de todos os tempos, a maior cortada do demônio. Como também de outro lado a vitória que está para ser alcançada é a maior vitória de todos os séculos, por quê? Por causa daquela teoria exatamente do resto que nós falamos outra vez. Vencendo agora o ultramontanismo ele vence com uma plenitude com uma amplitude e com o vigor que a doutrina católica não teve ainda nos séculos anteriores, por causa de ser o Reino do Imaculado Coração de Maria. Reina Nossa Senhora na sua mais alta expressão que é o seu próprio coração. O coração é aquilo que a mãe tem de mais materno e é com isto que Nossa Senhora vai reinar, e com o seu Imaculado Coração. E claro que é o Reino que é de mais ótimo na ordem da providência, de mais requintado, de mais estupendo. O que anuncia as graças mais escolhidas, se nós conseguirmos até a “Bagarre” elaborar o MNF isto será um instrumento para o Reino de Maria. Com o auxílio de Nossa Senhora de primeira ordem, por que todos os fundamentos últimos e mais altos da ordem terão sido enunciados se terá feito a relação desses princípios metafísicos da ordem com os princípios que devem reinar na sociedade humana, na cultura, na civilização, na arte etc, etc e será em todas essas coisas um primor e de quinta essência do senso católico.

Como os senhores estão vendo é o extremo do bem, lutando contra o extremo do mal. E nós devemos ter isso bem em vista quando nós considerarmos o envolvimento que vem agora. Porque o desenvolvimento que vem agora, depois de ter tratado da santidade da guerra o que se deve tratar da santidade do guerreiro, porque a guerra santa, não deve ser apenas no fato de que os ideais que ela tem em vista são santos; mas é preciso que esses ideais sejam os ideais do guerreiro e que eles amoldem a personalidade do guerreiro. De maneira que o guerreiro tenha a alta compenetração desses ideais pelo qual se luta e que o guerreiro do lado santo seja o mais possível santo e que o guerreiro do lado ruim seja o mais possível ruim e que haja uma espécie de simetria entre “péssinissidade” do guerreiro ruim, e a “otimidade” e excelência do guerreiro bom. De maneira que o guerreiro bom seja como que a forma, a personificação, a manifestação sensível de todos os princípios que estão envolvidos na guerra e que ele não seja menos compenetrado do bem do que o guerreiro o mal, a compenetrar do mal, do contrário é uma guerra indigna de ser lutada, é uma guerra que não está na altura de ser guerreada, por quê? Por que de um dos dois lados os princípios são explorados mais que os guerreiros não estão na altura.

No fundo de uma Lapônia e dum Afeganistão qualquer, nessas reservas de povos novos, perpetuamente primitivos que a Providência tem para se introduzir dentro da história e que são, vamos dizer a menenzada da história a Providência pode de repente pegar no Cundistão qualquer e dizer ta bom eu te rejeito, não te aceito mais por que você não tomou a sério o fim. E na hora da provação você estava como uma virgem louca do Evangelho com a lâmpada vazia, fazendo bobice. Então resultado curdistão, chegou a hora do curdistão da história, acaba com isto, acaba com este último resto precioso, com esta quinta essência do sublime, chamada com grande elevação, com grande nobreza, origimentada com grande esforço dotada de grandes graças, favorecida com toda espécie de meios de ação. Soa um gongo na história e acaba isso e entra um povo qualquer com olhos oblíquos, os pés para fora ou para dentro, a pele escura e Deus faz desse povo o povo do centro da história. Afinal de contas os francos eram isso.

O que que eram os francos no tempo em que havia romanos, gauleses que Perno tentou provar que já tinham o antegosto do champagne do patê e da comedie francese. O que é que a Providência fez com tudo isso? Acabou, e o que se pretendeu ser fiel se azedou, como por exemplo os Bretões, da Bretanha, eram católicos que atrapalharam a evangelização da Inglaterra. Acaba com a História, entra um povo que naquele tempo deveria ser Orens fazendo espetáculos lindíssimos com cabeça de bichos amarrados e entra no centro da História. Eles são os felizes com eles vai ficar a bênção, com eles vai ficar a civilização e para vocês a cólera de Deus, só essa cólera de Deus etc. etc.

Agora o que é que vem a ser aqui a compenetração? A compenetração nossa é evidentemente a condição do guerreiro. O cruzado que não estivesse compenetrado da santidade do sepulcro de Cristo, se não tivesse compenetração de quanto era necessário para honra da cristandade e para bênção da humanidade que o sepulcro de Nosso Senhor não estivesse nas mãos dos infiéis. Quem não estivesse compenetrado da necessidade de que os peregrinos pudessem ir até lá sem serem maltratados, se eles estivessem compenetrados de quanto era detestável o islã para atacar o Islã e o cruzado que não estivesse compenetrado disso, que espécie de cruzado seria e que espécie de graça ele poderia obter diante de Deus.

A compenetração dessa ordem de idéias é o que marca a cruzada no que ela tem de mais alto. É o ideal pelo qual a cruzada foi feita, a libertação do sepulcro de Cristo que dá à cruzada toda a sua beleza, todos os seus reflexos, todos os seus coloridos todos os seus aspectos e uma coisa evidente. No nosso caso a beleza de nossa luta resultará de nossa compenetração de que de fato é isso que está sendo jogado. Resultará da compenetração dos outros fatores de que eu acabo de falar aqui, esta compenetração de fato deve marcar o grupo desde logo com uma espécie de ato de fé muito vivo, de ato de fé muito presente. Ato de fé em que sentido da palavra? Nós devemos crer nestas coisas que acabam de ser enumeradas, nós devemos crer que fomos chamados, nós devemos crer que o para que fomos chamados acaba sendo no seu último ponto essa luta suprema entre o bem e o mal. E que todas as lutas anteriores pela qual nós formos passando vão acabar dando nessa luta suprema entre Nossa Senhora e o demônio.

Nós devemos crer que aqui nós temos um papel e nós devemos desde já viver para isso. O compreender que toda a nossa luta conduzida até aqui não foi senão uma preparação para isso, o compreender que Nossa vida vai ter um momento culminante. A vida de cada um de nós vai ter um momento culminante que é um dos momentos mais sublimes da História, talvez o momento mais sublime depois de Pentecostes. Bem e que é essa hora do embate. Que toda a minha vida individual de Plinio Correa de Oliveira, por exemplo representa uma vida suscitada para isso, se explica para isso e que deve culminar neste ponto, isto é propriamente… [faltam palavras] … e eu creio que é uma coisa mais importante para nós estarmos à altura de nossa missão em que haverá mais problemas externos e de heroísmo e de consagração em toda a vida do grupo por que a vida do grupo - notem bem - a vida do grupo tem todo o seu sentido na medida em que ela for concebida tendendo para isso. Se ela não tender para isso, ela perde imediatamente toda a sua força ela perde toda a grandeza do seu ideal. E nos encontramos permanentemente diante dessa dificuldade que é de nós vivermos a vida cotidiana e não nos entrar na cabeça e ficar pairando como uma nuvem extrínseca a nossa cabeça no ar que nós teremos que tender para esse ponto. E a vida cotidiana de apostolado lotar de tal maneira a nossa cabeça que nós não somos capazes… [faltam palavras] …Eles vivem na fé concreta da vinda da “Bagarre” concreta que toda a vida atual não tem importância e o que é inteiramente importante é a vida… [ilegível] …a “Bagarre” e tomar… [faltam palavras] …em face da “Bagarre”. Mas não é tomar posição na hora… [faltam palavras] …e se eu vou ter coragem, isso não é problema. O problema é outro, nessa hora eu vou ter compenetração do que se está passando… [faltam palavras] …, meu heroísmo é uma vontade de brigar ou vai ter como causa as causas que devem conduzir essa verdadeira guerra. A gente olha… [faltam palavras] …mas é uma coisa muito mais improvável do que provável, sobretudo é improvável que eles tenham diante da “Bagarre” esta responsabilidade individual e como resultado o ponto importante para ele é consertar a vida dele.

Mentalidade apostólica: Eu aqui encontrei esse grupo que é muito bom para minha salvação eu sinto que fora disso eu não me salvo então eu vou ficar nesse grupo, é uma cápsula para ir para o céu. Agora esse grupo morre se eu não fizer algum trabalho, então eu vou fazer algum trabalho; depois salvo algumas almas e depois vai fazer bem a minha alma de maneira que vale a pena. Teoricamente falando Dr. Plinio tem razão de que pode furar o processo revolucionário, furar o pneumático da revolução. Um alfinete consegue muita coisa, então toco com alfinete o pneumático do caminhão da revolução. Pneumáticos desses caminhões dinossauros e que cada relevo do pneumático já tem um tamanho assim. Então faz tal ou qual desbravatação daquilo, não tem dúvida que faça.

Bom do que é que o sujeito está compenetrado? De que nós temos razão, de que a doutrina da RCR é verdadeira que a [RCR?] é um bom livro de tudo isso compenetrado. Mas está compenetrado tudo a la ponto pequeno, de que a coisa estoura de fato em certo momento que a Providencia designará, que é de a gente ficar louco se não estourar, porque o normal é que estoure e que portanto esta vida que estamos levando aqui é uma vida de transição e que a grande vida que a gente deve levar é a vida que vem depois, quer dizer é a hora da “Bagarre” e o que lhe segue; isto é uma coisa de que a gente não está compenetrada de um modo vivo. É preciso dizer logo porque é. O modo pelos quais às vezes muitas pessoas se dedicam no apostolado indica no fundo isto. Indica uma idéia do que vai ficar e aquilo que nós estamos fazendo. Quando o que vai ficar não é o que estamos fazendo, mas nós estamos fazendo as coisas que não vão ficar, isso é uma coisa diferente. Nós estamos fazendo uma matéria prima para explosão, eu encontro aqui a figura perfeita. Um tipo que prepara uma fábrica com a matéria para fabricar que desse explosivo, que deve fazer muito explosivo. Os companheiros de trabalho desse tipo trabalham com ele na fábrica e fazem com ele a matéria prima; mas eles em vez de acreditarem que aquela matéria prima faz explodir o mundo, ele gosta de fazer a fábrica. Pintam as chaminés, arranjam mil coisas na fábrica pelo gosto de fazer fábrica por que não tem outra coisa que fazer, porque fazendo aquela fábrica eles vão para o céu, por quinhentas outras razões. Na hora que o dono da fábrica disser: Vamos fazer um estouro, ele leva um susto medonho. Mas como? E a sala de visita da casa que eu acabo de arranjar tão direitinho vai estourar também.

Meu caro, isso foi feito para estourar, inclusive você, seu guarda roupa, eu e meus andrágios, tudo vai estourar agora, acabou bomba. O la lá, como é isso, eu que era um moço tão culto, cadê a minha cultura, eu que era um moço tão fino, tão bem vestido, qual a minha moda. Eu que era um moço de tão boa família, eu que era um tecnocrata ou um plutocrata tão bem instalado, que era tudo isso. Dr. Plinio o senhor vai estourar a fábrica, o senhor já pensou que estoura a cozinha e que nessa cozinha nós não tenhamos jantar. Eu tenho vontade de dizer: Eu vou arranjar um banquinho bem em cima da bomba, quando você estiver, você explica esse negócio. Porque é propriamente esse estado de espírito, a coisa fica de tal maneira no reino dos comprováveis.

Há aqui um não sentir o absurdo do mundo de hoje o não sentir a isustentabilidade do mundo de hoje em não sentir que todo o mundo de hoje está podre e que a única coisa normal do mundo de hoje é arrebentar. Há uma… [faltam palavras] …que prejudica a “Bagarre” e eu vou dizer mais, eu às vezes tenho impressão de que a “Bagarre” não sai porque nós não resolvemos. Nossa Senhora na sua bondade insondável, quer agir por nosso meio e o resultado é que a coisa fica emperrada, e em última análise por nossa culpa.

Em cada um de nós até que ponto isso é verdade? E até que ponto isso figura entrevistas na relatividade com uma espécie de dificuldade? Se não com um membro do grupo ao menos com quase todos os membros do grupo, na relatividade com dificuldade, uma coisa longa. E como todo o grupo na sua realidade presente é inexplicável, não tem valor, não merece a dedicação que se tem por ele, a não ser nesta perspectiva. Acham que por exemplo eu seria obrigado, para falar de mim, mais para cada m dos senhores podem fazer a transposição: Os senhores acham que eu seria obrigado a fazer o esforço sobre-humano… [faltam palavras] …para que essa ou aquela coisinha dentro do grupo ande bem; se não fosse numa perspectiva enorme dessa. Porque são certos esforços, os senhores diriam: Não a salvação de uma só alma é a alma, vale isso pá…pá… . É verdade vale bem isso; mas afinal de contas há apostolados mais importantes.

Agora um esforço enorme para que apareça um grupo em Itaquacetuba, para que a gente se dirija para um francês de origem Árabe que vive na Suíça, para que não sei o que…para que faça isso e para que façam aquilo. Acham que isso tem sentido a não ser em função da “Bagarre”? Acham que as graças que eu recebi tem sentido em função de um grupinho do qual um é professor, outro é economista ou loteia terrenos e assim por diante, pode passar aqui a metralhadora. Que isso tem sentido, qualquer espécie de sentido? Acham que tem sentido as graças que os senhores receberam e o esforço que os senhores mesmos fazem, tem sentido para manter um grupinho de pessoas que no ano 2000 já morreu, está babando, o mundo todo está correndo do mesmo modo. Não compreende que nossa vida cotidiana é um non sense, se esta sociedade que está aqui pode continuar mais tempo do que está. Quem não compreendeu que a coisa mais antiarquitetônica do mundo que é uma espécie de girafa pegando fogo e tendo no pescoço um aquário com um peixinho e com a água gelada e com a tina pegando fogo, isto dura mais tempo do que está durando.

Há uma coisa qualquer que é um X qualquer que eu não sei que é X e acaba sendo a impostação vivencial e subconsciente continua a mesma, o mais provável é que isso continue assim – olhe que a gente está vendo a Igreja cair aos pedaços - mas ainda assim o mais provável é que o Brasil… [faltam palavras] …Não tem convicção e a reação pela qual é mais provável ainda acaba sendo a razão de quinze anos atrás que o fulano, que o primo sicrano, o pai beltrano e a bisavó ta…ra..tá tana, acabam achando que é assim. Eu aprendo deles que isso seria assim, eles não mudaram de opinião, quer dizer se eles não mudaram, eu não mudo de vivência…

E quem não estiver compenetrado dessas coisas antes da “Bagarre” eu não vejo bem como é que por ocasião da “Bagarre” vai ficar. O que é que é essa compenetração? A gente vence essa compenetração por um trabalho de corrigir as vivências. E como é que a gente corrige as vivências? A gente corrige as vivências antes de tudo explicitado, nenhuma vivência resiste a uma explicitação. Por que em geral é uma coisa sem pé e nem cabeça que ela explicitada, como dizia muito bem um francês que eu li uma vez, são certas idéias tiradas do subconsciente e posta no papel, começam a se torcer como um verme, está compreendendo? E que foi feito para viver dentro da terra e que faz evoluções malucas quando está fora da terra, fora do nosso subconsciente as minhocas de nossas vivências começam a se torcer à luz do sol. Então explicitar, para um pouco quando aquele judeu que leu aquilo ontem à noite e percebe as coisas que nós dizemos na RCR, porque para nós temos uma vivência que funciona assim, dá lá a pula lá, mais complicada do que a cauda de nosso leão, mil volteretas para chegar até em cima. Por que a nossa vivência não dá para isso? Então vamos pegar as nossas vivências e escrever numa folha de papel, tenhamos a humildade de enfrentar o problema… [faltam palavras] … Tenha coragem de pegar um papel e por sua coisa toda num papel pelo menos para analisar isso. Faça uma psicoterapia das vivências que se opõem a isso. Mas faça, põem isso a nu, são as vivências que atrapalham até quando nós vamos carregar essas vivências. Há um tal conflito entre as nossas vivências e a nossa compenetração, nós não nos resolveremos nunca a remover isso… [faltam palavras] …

E uma ruptura com o resto daquele sonho do homem que eu falei uma vez, por que é a idéia de um mundo que pode acabar sendo feliz, de uma vida que pode acabar dando resultado feliz e com o qual em última análise a gente tem uma esperança que vai acabar dando certo, e que o provável é isso. O considerar quanto o sofrimento é arquitetônico, as coisas irem abaixo como é normal e arquitetônico na vida. O quanto tudo isso seja normal um sofrimento horroroso e que seria de chiar se não desse a disposição de espírito de agüentar esse sofrimento com alegria. Tudo isso para nós é uma coisa que está longe.

Vocês sabem qual é o exemplo perfeito da coisa, eu não sei se os senhores já pensaram em Nossa Senhora, aliás, em ordem hierárquica em Nosso Senhor e Nossa Senhora e São José na vida deles antes da vida pública de Nosso Senhor. Trinta anos, aqueles trinta anos foram vividos pelos três na consideração mais sublime da Redenção da humanidade que viria e a espera mais atenta e mais contínua que teriam a realização da vida de nosso Senhor Jesus Cristo ou teria sido isso ou teria sido trinta anos de poquice. Quer dizer é a cruz é a perspectiva da cruz que dava o seu sentido a tudo o que teria sido aquela vida porque trinta anos com uma oficinazinha de carpintaria em Nazaré, cadeirinha, movelzinho, banquinho, disputa de preço com um turco qualquer, por isso havia. Sinagoga, volta, festeja a páscoa, pa…pa…trinta anos daquilo, se não era trinta anos de espera e preparação não era nada, é uma coisa evidente, mais vivida assim. Os senhores diriam; Ah mais que glória dava a deus? Ta bom, dava mesmo, até dava e uma glória imensa. Toda a vida nossa por exemplo não se compara com a glória de Deus com um minuto daquela vida, mais havia uma missão para cumprir. E o termo natural daquela vida era o cumprimento daquela missão, ou se olhava para aquela missão e ela nesta empreendendo aquelas considerações ou não havia a obediência à vontade de Deus.

Agora nós vamos assim também com a “Bagarre”, os senhores vejam o seguinte: Se o MNF, a publicação do MNF deve ser para nós uma nota sagrada, deve ser uma hora quando me for dado a felicidade de reunir os grupos e expor no MNF, isso deve ser uma hora que nos transforma a todos, todos. Se nós não tivermos a mentalidade muito bem formada para essa ocasião, sabe o que vai acontecer com o MNF? Os problemas editorias, problema de sabe o que vai achar a madre Maria da paz ou então o que vai achar D. Padim, ou o que vai achar o Monsenhor Bagio, o que é que vai a repercussão disso na bancada da UDN ou do PSD. De tal maneira nos vai dominar que a gente perde a noção da hora enorme que está vivendo e em vez da gente perceber que está desencadeando a “Bagarre” a gente vai ter a sensação de estar com um êxito editorial a mais. Um pouco até este ponto de vista que me pasma de ficar surpreso quando nós temos êxitos, quando o normal nosso é atracar. Isso tudo é normal essa soldra toda tem que estourar num fracasso e por isso é normal que nós estouremos e fracassemos também, porque depois é que a coisa começa a ficar boa. E o que é que é? E uma falta de compenetração que á a causa de toda, não quero dizer que é a causa de toda estagnação, porque graças a Deus nós não estamos estagnados, mas de tudo que de nós há de estagnado. Porque a pessoa pode estar por eles em alguns lados e estar estagnados em outros. Se a pessoa se compenetrasse disto, compreenderia tudo. A pessoa não se compenetrando disso de um modo vivo não expandindo as vivências não se compenetra de nada.

Agora como o grupo pode se não tem isso de compenetração, isso é o ponto chave e sobre esse ponto quem sabe se nós oportunamente podemos fazer uma reunião. Perguntarmos a nós mesmos pelo menos isso? Quais são as vivências que eu tenho e qual é o fundamento dessas vivências? Porque eu estou ouvindo os troféus das catástrofes chegar a nós por meio da Igreja. Mas eu pergunto o seguinte: Como viver isso? A pessoa diante de uma reunião não conseguir deixar de pensar em coisinhas suas, com hábito e com vivência habitual, não é parecido com ter sono…

O… [faltam palavras] …da história é não querer aceitar a totalidade da “Bagarre”, a “Bagarre” vai destruir tudo, inclusive o pequeno mundo individual daqueles… [faltam palavras] …

Algo que salva, algo que se arranja, algo desse mundo continua no outro. A pessoa deve começar por queimar isto, a combustão total da “Bagarre”, a “Bagarre” é i incêndio dos ídolos e se não for incêndio dos ídolos não é nada. E portanto cada um vê qual é o seu próprio ídolo e colocar em conta que aquilo vai ser queimado.

Eu fiz esse exercício. Quando eu me instalei na casa da rua Alagoas e que eu tive um certo comprazimento com a casa eu fiz esse exercício. Entrei na sala e disse: Está bonita, está agradável, está bom. Imagine isso em chamas e… [faltam palavras] …o incêndio disso para já. Porque senão sua alma é uma pólvora na qual entrou água. Esta totalidade é o incêndio do mito, que a gente deve desejar. Ora cada um pense na “Bagarre” um incêndio que queima os mitos dos outros. Essa canalhada toda vai ficar sem isso, está compreendendo? A queima dos ídolos na “Bagarre”, é antes de tudo a queima dos ídolos. Lembra daquela forma de D. Camilo sobre o pequeno mundo é o pequeno mundo de milhares de Camilos que estão por aí, é a queima dos ídolos. A gente tem que se imaginar um fogo entrando inclusive na sede da rua Pará pegando nos [vitrais?] do Umberto e torcendo, pegando no veluto e queimando até o alto. Pegando eventualmente nosso estandarte e arrebentando é isso por que nem isso pode ser ídolo. Assim é a coisa.

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1 Estava como Reunião. Nos Sábados à tarde eram realizadas reuniões para os membros do Grupo da Rua Martim Francisco, na Sala dos fundos da mesma sede; e, no domingo, para os membros da Pará, na Sede do Reino de Maria, da rua Pará.